sexta-feira, 25 de agosto de 2017

MCEbyte, uma lição aprendida?

Imagem disponível aqui
Olá pessoal, na nossa última aula (18/08) de Diplomática fomos desafiados a pensar num instrumento para organização do acervo de uma empresa. Refletimos, debatemos e não sabíamos muito bem por onde começar.
O conjunto de documentos era composto por notas fiscais, tabelas de preço, pedido de compras, fichas funcionais, folders demonstrativos e formas geométricas que não faziam muito sentido para nós. A nossa primeira ideia foi agrupar os documentos que tinham semelhanças. Inicialmente pareceu dar certo, mas alguns detalhes começaram a não se encaixar.
O professor fez uma pausa nas reflexões e começou a explicar alguns pontos, percebemos que era necessário conhecer o fundo antes de qualquer coisa. Ele se colocou como fonte de pesquisa e cada grupo podia fazer três perguntas. Nós da SOS perguntamos quem era o produtor de cada documento e qual o contexto daquele fundo.
Descobrimos que a documentação pertencia a uma empresa inovadora, a MCEbyte que teve as suas atividades encerradas e por achar que seria útil a sociedade doaram a um centro de memória.  E que mesmo a documentação estando no centro de memória a titularidade era MCEbyte e não do centro de memória.
As respostas nos direcionaram, mas ainda não explicavam as formas geométricas. De repente, começamos a montar um plano de classificação numérico, como aquele do Conarq  (para saber mais clique aqui)  e agrupamos os documentos. O professor interrompeu a aula e nos falou algumas coisas sobre a empresa, mas o que foi mais importante para nós dizia respeito as formas geométricas, elas eram uma doação do dono da MCEbyte.

Plano de classificação feito em sala de aula. Fonte: SOS Diplomática

No final de semana desenvolvemos um plano de classificação basicamente ligado as funções da organização, tendo como referencial a história que descobrimos daquele fundo e as atividades desenvolvidas pela empresa.
Classificação funcional- SOS Diplomática


Ao longo da semana e utilizando o  texto  Arquivos no Mundo dos Trabalhadores (aqui) como norteador das nossas atividades fomos montando com paciência nossos esquemas da classificação. Inicialmente nos preocupamos em fazer uma definição mínima dos tipos e a contextualização tipológica.
Análise diplomática mínima MCEbyte. SOS DiplomáticaFonte: Adaptado de CINEARQ (2010)

Contextualização Tipológica MCEbyte. SOS Diplomática
Fonte: adaptado de Lopez 2012, p. 25


Não se assuste, nas nossas investigações sobre a empresa descobrimos que as imagens impossíveis doadas pelo Diretor de Ilusão faziam parte do conjunto documental da MCEbyte pois faziam parte de funções desempenhadas pela organização, elas faziam parte da função Criação e inovação. E por último fizemos nosso Plano de Classificação, seguido das definições das funções para melhor entendimento. 

Plano de Classificação MCEbyte. SOS Diplomática
Fonte: adaptado de Lopez 1999, p. 117, 127-128.
Registro de Definição MCE Byte. SOS Diplomática
Fonte: adaptado de Lopez 1999, p. 121-125
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Aprendemos um pouco mais sobre classificação, esperamos que você tenha aproveitado a postagem. A principal lição que fica para a equipe do blog é conhecer o contexto do fundo que nos é apresentado, precisamos buscar informações e/ou registros mesmo que seja conversando/entrevistando alguém que tenha um conhecimento prévio sobre as atividades ali desenvolvidas. Percebemos também que separar documentos sem conhecer o contexto é algo muito arriscado e algumas informações podem nunca mais ser recuperadas. E só de posse de informações é que podemos aplicar instrumentos arquivísticos, como a classificação que falamos hoje. Tenha uma boa semana. Até a próxima nova descoberta.


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